terça-feira, 17 de dezembro de 2013

  Acabei de ver um programa na televisão, não lembro mais o nome dele, onde fizeram uma reportagem com diferentes grupos de pessoas que se interessavam por diferentes tipos de música. 
  Um dos estilos foi o hip hop, consequentemente algumas coisas sobre o rap, foi um dos pedaços do programa que mais me interessou. Eu acho a cultura do hip hop muito interessante, não conheço muitas músicas, muitos artistas, nunca vivi dentro dessa cultura, sou mais uma observadora do que acontece. Um dos pontos que o garoto que fazia parte do grupo entrevistado disse, quando o apresentador perguntou se eles gostavam de funk, ele disse que não, não pelo que o funk é hoje, o hip hop luta contra a condição preconceituosa da pessoa da favela, da classe baixa, é um estilo de música que mostra pra comunidade que ela é melhor do que a elite diz que eles são, que eles não precisam roubar nem matar, que eles consegue sair daquilo ali lutando, além de lutarem pelos direitos deles de terem as coisas necessárias para a vida deles, coisa que o funk não faz, e, disse o garoto, 90% das músicas falam pra você sem um criminoso e tomar as coisas dos outros. Meu caso com o funk fica para outro dia.
  Achei bem interessante ser relembrada que o hip hop sempre foi música política, de mostrar o que acontecia e mais ninguém falava, que a 20 anos atrás, ser do hip hop e mostrar as merdas que aconteciam contra a população daquelas comunidades era extremamente perigoso, pois iam contra os donos dos morros ou a elite. Eu simplesmente amo essa cultura vinda das pessoas que querem mudanças, dessa raiva que é liberada pela música, desse tentar fazer alguma coisa por você e pelos outros. O hip hop salva vidas, ele ajuda aquele garoto ou garota a ter forças pra ser forte, pra lutar, pra não se deixar abater. É uma cultura global, e como disse o organizador de um evento na zona leste de São Paulo, existe praticamente uma cartilha de como agir, do que fazer e do que precisa ser feito quando se faz hip hop, como é esse meio de vida, e isso nunca morre, a garotada que tá entrando agora pensa e sente do mesmo jeito do que as pessoas a mais de 20 anos atrás quando começaram com isso. Só que ninguém obriga ninguém a ser desse jeito, a pessoa é do hip hop porque ela se identifica com isso, ela se identifica com as letras, com a maneira de vida. A comunidade hip hop é muito unida, de qualquer lugar de SP, eles se juntam. Quero muito ir num festival desses, acho que aprenderia muito com as pessoas. O mais bonito hoje em dia, é que os músicos mais antigos dizem pra molecada hoje em dia, ter o hip hop como estilo de vida, como hobby, mas nunca deixar de estudar, pois eles passaram por uma fase que isso era praticamente impossível, e se aparecer gente com uma formação legal, o hip hop vai ser levado bem mais a sério. Amei. Amei a consciência que eles tem sobre tudo que acontece em volta deles, amei a forma que eles falam sobre a comunidade, a importância de se unirem. Eles realmente fazem alguma diferença, eu acho isso difícil hoje em dia, quem tem tanta força de vontade pra realmente fazer alguma coisa e não só esperar que ou outros façam, ou se reclamam da vida.
  Não entendo como o hip hop chegou nas classes altas, nem sei se as pessoas entendem alguma coisa que eles querem dizer, mas espero muito que algumas pessoas entendam a realidade passada pelas músicas e também exijam alguma mudança.
  Eu realmente acho importante essas ideias e esses ideais serem transmitidos, queria muito que as pessoas não tivessem preconceito sobre essas pessoas, que tentassem entender o que elas são e quem elas são antes de julgar. Você pode não gostar da música, mas respeite quem as ouve e tente entender o que é antes de falar qualquer besteira preconceituosa.

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